Pra que servem os rins?

O equilíbrio da química interna de nossos corpos se deve em grande parte ao trabalho dos rins. Nossa sobrevivência depende do funcionamento normal destes órgãos vitais.

Os rins são responsáveis por quatro funções no organismo:

  • Eliminação de toxinas do sangue por um sistema de filtração;
  • Regulação da formação do sangue e dos ossos;
  • Regulação da pressão sanguínea;
  • Controle do delicado balanço químico e de líquidos do corpo.

Qual o impacto das doenças renais na população?

Quando os rins já não funcionam corretamente, pode ser necessário fazer diálise. Na maioria das vezes, o tratamento deve ser feito para o resto da vida se não houver possibilidade de submissão a um transplante renal.

A cada ano, aproximadamente 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento por hemodiálise ou diálise peritoneal.

Raros são aqueles que conseguem ter pelo menos uma parte do funcionamento dos rins recuperada para deixarem de necessitar de diálise, e poucos têm a sorte de receber um transplante renal.

Como é formado o aparelho urinário?

O trato urinário normalmente é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra, conforme demonstra a figura.

Os rins (normalmente dois) estão localizados na porção posterior do abdome e suas extremidades superiores estão localizadas na altura dos arcos costais mais inferiores (10ª a 12ª costelas torácicas).

O rim direito quase sempre é menor e está situado um pouco abaixo do rim esquerdo. Os rins se movimentam (para baixo e para cima) de acordo com a respiração da pessoa.

E como é um rim normal?

Cada rim tem a forma de um grande grão de feijão, medindo em um adulto de 10 a 13 cm, com peso aproximado de 120 a 180g.

Os rins estão envolvidos por uma fina membrana, a chamada cápsula renal. Ao redor deles existe a gordura perirrenal e, acima, estão localizadas as glândulas suprarrenais.

No hilo renal entram e saem uma série de estruturas: a artéria renal, a veia renal, o ureter, os nervos renais e os vasos linfáticos renais.

O sangue chega aos rins através das artérias renais. As artérias renais originam-se na artéria aorta abdominal. Após circular pelos rins, o sangue retorna à veia cava abdominal através das veias renais.

Os rins recebem cerca de 1,2 litros de sangue por minuto, ou seja, cerca de um quarto do sangue bombeado pelo coração. Podemos dizer que os rins filtram todo o sangue de uma pessoa cerca de 12 vezes por hora!

E como os rins participam da formação dos ossos e de parte do sangue?

A formação de ossos sadios e a produção dos glóbulos vermelhos no sangue necessitam da função normal de nossos rins. Primeiramente, por serem grandes responsáveis pela regulação das concentrações de cálcio e de fósforo no sangue, assim como por produzirem uma forma ativa da Vitamina D, fundamental para o perfeito funcionamento de todo sistema que regulariza a formação óssea.

Em segundo lugar os rins produzem um hormônio chamado de eritropoetina, que ajuda na maturação dos glóbulos vermelhos do sangue e da medula óssea e, na sua ausência, pode ocorrer anemia.

E como os rins conseguem eliminar as toxinas?

De maneira muito parecida ao trabalho de filtros, os rins trabalham para conservar o corpo livre de toxinas, porém essa tarefa é bastante complexa. Os rins agem como um filtro onde os furos devem ter tamanhos muito específicos, pois, se muito grandes, substâncias que deveriam permanecer em nosso corpo são eliminadas, como as proteínas. Já se os furos começam a diminuir demais, substâncias que deveriam ser eliminadas, como as toxinas, começam a ser retidas.

Todo nosso sangue é filtrado várias vezes ao dia, fazendo com que o sangue que chega aos rins através da artéria renal volte limpo ao coração e, assim, todas as toxinas sejam eliminadas na forma de urina.

Quando os rins não funcionam apropriadamente, as toxinas se acumulam no sangue, pois o “filtro” não está funcionando corretamente. É importante lembrar também que se o tamanho do “filtro” reduzir a ponto de não passar mais nem água, o indivíduo para de urinar, fazendo com que as toxinas se acumulem ainda mais rapidamente em nosso corpo.

Esta retenção de toxinas resulta em uma condição muito séria conhecida como uremia. Os sintomas da uremia incluem náuseas, debilidade, fadiga, desorientação, dispneia e edema nos braços e pernas.

Há toxinas que se acumulam no sangue e que podem ser usadas para avaliar a gravidade do problema.

As principais substâncias mais comumente usadas para este propósito atualmente se chamam ureia e creatinina. A enfermidade dos rins está associada frequentemente com níveis elevados de ureia e de creatinina, porém nem sempre é essa a maneira de realizar um diagnóstico precoce do acometimento renal, pois essas substâncias podem se elevar apenas tardiamente em algumas enfermidades renais.

E a pressão sanguínea? Também é alterada pelos rins?

Ao contrário do que muitos pensam, a pressão alta sanguínea (hipertensão) pode ser a causa ou também a consequência de uma enfermidade renal. O controle da pressão arterial sanguínea também é uma função dos rins. Estes órgãos controlam as concentrações de sódio e a quantidade de líquidos no corpo e, quando os rins falham e não cumprem com estas funções vitais, a pressão sanguínea pode se elevar e ocasionar inchaço (edema).

Os rins também secretam uma substância que se chama renina, substância que estimula a produção de um hormônio que eleva a pressão sanguínea. Quando os rins não funcionam, bem a renina é produzida em excesso e isto pode resultar em hipertensão. A hipertensão prolongada danifica os vasos sanguíneos, causando assim falha renal.

É importante lembrar que conhecer as características e o funcionamento dos rins é muito importante para se ter uma ideia do que são as doenças renais, como detectá-las, como evitá-las e como tratá-las. Informe-se.