Diálise peritoneal

O que é diálise peritoneal?

É uma opção de tratamento através do qual o processo ocorre dentro do corpo do paciente, com auxílio de um filtro natural como substituto da função renal.

Esse filtro é denominado peritônio. É uma membrana porosa e semipermeável, que reveste os principais órgãos abdominais. O espaço entre esses órgãos é a cavidade peritoneal. Um líquido de diálise é colocado na cavidade e drenado, através de um cateter (tubo flexível biocompatível).

FONTE: http://www.manualmerck.net/images/p_628.gif

O cateter é permanente e indolor, implantado por meio de uma pequena cirurgia no abdômen. A solução de diálise é infundida e permanece por um determinado tempo na cavidade peritoneal, e depois drenada. A solução entra em contato com o sangue e isso permite que as substâncias que estão acumuladas no sangue como ureia, creatinina e potássio sejam removidas, bem como o excesso de líquido que não está sendo eliminado pelo rim.

Quem necessita se submeter a esse tratamento?

A diálise peritoneal está indicada para pacientes que apresentam quadros de insuficiência renal aguda ou crônica. A indicação de iniciar esse tratamento é feita pelo nefrologista, que avalia o seu organismo através de:

  • consulta médica, investigando os seus sintomas e examinando o seu corpo;
  • dosagem de ureia e creatinina no sangue;
  • dosagem de potássio no sangue;
  • dosagem de ácidos no sangue;
  • quantidade de urina produzida durante um dia e uma noite (urina de 24 horas);
  • cálculo da porcentagem de funcionamento dos rins (clearance de creatinina e ureia);
  • avaliação de anemia (hemograma, dosagem de ferro, saturação de ferro e ferritina).

Esse tratamento é melhor do que a hemodiálise?

Os resultados dos tratamentos por diálise peritoneal e hemodiálise são iguais. Cada um deles tem as suas vantagens e desvantagens. A escolha entre hemodiálise e diálise peritoneal depende das condições clínicas e da escolha do próprio paciente.

É possível que durante algum tempo o paciente faça diálise peritoneal e depois passe para a hemodiálise. Ou até mesmo ao contrário, faça um tempo hemodiálise e depois passe para diálise peritoneal. Estas opções são sempre decididas em conjunto, entre o médico nefrologista e o paciente. Após tomar conhecimento do procedimento, o paciente juntamente com seu nefrologista e familiares estarão aptos a tomar uma decisão que seja a melhor possível para determinada situação.

Como o líquido de diálise é colocado no abdome do paciente?

Para isso é necessário que seja implantado um cateter de diálise peritoneal no abdome do paciente, próximo ao umbigo. Este cateter é implantado através de uma cirurgia pequena, em geral, com anestesia local, podendo receber alta no mesmo dia. Este cateter, ou acesso peritoneal, deve ser colocado alguns dias ou semanas antes da primeira diálise. Esse cateter é flexível, pouco incomoda e fica instalado por tempo indefinido.

É necessário ir ao hospital ou à clínica para fazer a diálise peritoneal?

Essa diálise permite realizar tratamento em domicílio. A principal vantagem desse método é que após um período de treinamento o paciente pode realizá-lo em casa, de maneira independente. Um familiar do paciente também recebe treinamento para ajudar o paciente quando for necessário.

Existem duas modalidades desta diálise:

Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC): realizada diariamente e de forma manual pelo paciente e/ou familiar. Geralmente 4 trocas ao dia (manhã, almoço, tarde, noite), sendo que o tempo de troca leva aproximadamente 30 minutos. No período entre as trocas, o paciente fica livre das bolsas.

FONTE: http://cartilhapacienterenal.cursoseconcursosnosite.com.br/?p=2130

Diálise Peritoneal Automatizada (DPA): realizada todos os dias, normalmente à noite, em casa, utilizando uma pequena máquina cicladora, que infunde e drena o líquido, fazendo as trocas do líquido. Antes de dormir, o paciente conecta­se à máquina, que faz as trocas automaticamente de acordo com a prescrição médica. A drenagem é realizada conectando a linha de saída a um ralo sanitário e/ou recipiente rígido para grandes volumes. Durante o dia, se necessário, podem ser programadas “trocas manuais”.

FONTE: http://www.clinicarenaldemanaus.com.br/CAPD.html

Geralmente uma vez por mês o paciente vai ao hospital ou à clínica para colher exames de sangue, urina e fazer a consulta com o médico nefrologista.

Uma vez iniciado o tratamento, será necessário fazer diálise peritoneal para o resto da vida?

Na maioria das vezes, sim. É comum que o paciente que inicia diálise peritoneal manifeste o desejo de receber um transplante de rim para deixar de fazer o tratamento.

Existem algumas situações em que os rins deixam de funcionar por um período curto e podem voltar a funcionar depois. Isto é mais comum de ser observado na insuficiência renal aguda. Na doença renal crônica isto é raro de ser observado. Depende da patologia que ocasionou a perda da função renal e se foi de uma forma aguda ou crônica. Se foi aguda (por exemplo na infecção grave, queda importante da pressão arterial, obstrução aguda por problema prostático) e o fator de risco identificado precocemente, existe a chance de retornar a função renal e não necessitar de tratamento dialítico permanentemente. Porém, nos pacientes diabéticos, hipertensos, portadores de glomerulonefrites crônicas, a perda da função renal ocorre de maneira progressiva, lenta e insidiosa levando à necessidade de tratamento dialítico por tempo indefinido.

Fazer diálise peritoneal dói? Quais são os desconfortos que o paciente pode sentir?

O tratamento é indolor. No início do tratamento alguns pacientes se queixam de um desconforto abdominal pela presença do líquido dentro da cavidade abdominal. Com o tempo esse desconforto tende a desaparecer. A presença de dor persistente durante a diálise peritoneal deve ser comunicada ao médico nefrologista, pois pode indicar a presença de uma infecção ou o mau posicionamento do cateter.

Quais são as vantagens de se fazer diálise peritoneal para tratar a doença renal avançada?

Ao iniciar o tratamento o paciente perceberá uma melhora significativa nos sintomas que apresentava, como: falta de apetite, indisposição, cansaço, náuseas, dentre outros. Adicionalmente serão reduzidas as restrições dietéticas e o paciente perceberá uma melhora na sua qualidade de vida.

Quem faz diálise peritoneal pode comer e beber à vontade?

A hemodiálise substitui a função dos rins de quem tem doença renal crônica avançada, mas seguir as recomendações de alimentação que a sua equipe elaborou é fundamental para o sucesso do tratamento. A quantidade de líquidos ou de alimentos que pode ser ingerida varia de pessoa para pessoa e depende do estado nutricional, da quantidade de urina que o paciente ainda produz e de outros fatores como a presença de doenças associadas (exemplo, o diabetes). As clínicas de diálise têm nutricionistas, enfermeiros e médicos para consultas e para tirar dúvidas.

O paciente que faz diálise peritoneal pode trabalhar?

Vários pacientes em diálise peritoneal trabalham, especialmente os que fazem as trocas apenas no período noturno. O governo, através de lei Federal, auxilia financeiramente pacientes portadores de doença renal crônica avançada em diálise. As clínicas de diálise dispõem de assistentes sociais que podem orientar os pacientes para conseguirem esse benefício.

O paciente que faz diálise peritoneal pode viajar?

Pode sim. Ele apenas precisará levar consigo o seu material. Em viagens aéreas a clínica poderá fornecer um laudo de saúde a ser apresentado com antecedência à companhia aérea, para que não seja cobrado excesso de peso devido ao material para a diálise peritoneal que será transportado.

 

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